quinta-feira, 16 de março de 2017

Garotinho não comenta delação premiada do ex-presidente do TCE

Jonas Lopes com os ex-governadores Garotinho e Rosinha

Políticos do Rio de Janeiro estão cada vez mais enrolados com delações premiadas. Muitos não conseguem dormir direito, porque podem ser acordados às 6 da matina com um policial federal tendo que cumprir mandado de prisão, condução coercitiva ou busca e apreensão

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Agora, a grande bomba no Estado é a delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado  (TCE-RJ), o conselheiro Jonas Lopes de Carvalho, motivo de comentários e preocupação nos corredores da Assembleia Legislativa (ALERJ). Já acertou que ficará dois anos com tornozeleira, cumprindo prisão domiciliar na sua belíssima fazenda de Além Paraíba.

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Políticos estranham que o ex-governador Anthony Garotinho (PR), que no seu blog diariamente faz denúncias e comenta sobre os envolvidos em corrupção neste país afora, não escreveu uma linha sequer sobre a recente condução coercitiva de Jonas Lopes Carvalho e seu filho Jonas Neto e muito menos a delação premiada.

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Será porque Jonas Lopes foi advogado da família Garotinho durante muitos anos, foi seu chefe da Casa Civil no Estado e indicado por ele para integrar o Conselho do TCE-RJ? Será que é porque Jonas Neto é um dos seus principais advogados, principalmente na justiça eleitoral? Jonas é de Campos dos Goytacazes, terra de Garotinho.

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Segundo o jornal O Dia, prefeitos, quatro conselheiros e um ex-conselheiro, políticos, empresas e um ex-governador são peças-chave dentro da delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jonas Lopes de Carvalho, atualmente licenciado. Ele só pode ser afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) mediante uma condenação.
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O depoimento, ainda guardado a sete chaves na Corte de Brasília, é tratado nos bastidores da política carioca como nitroglicerina pura. Com base na colaboração de Lopes mais uma operação da Lava Jato promete abalar o Rio de Janeiro ainda este mês ou no início de abril.
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Bala na agulha não falta no repertório de Lopes, alimentada pela experiência de comandar a Corte de 2011 a 2016, auge das obras para a Copa do Mundo e Olimpíada. Nesse período, ele tinha o poder de paralisar as fiscalizações do corpo instrutivo do TCE nas obras do Maracanã, Arco Metropolitano, PAC das Favelas e Linha 4 do Metrô.
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Esses procedimentos, segundo investigação da Polícia Federal, ficaram ‘engavetados’ no gabinete do então presidente. Só no caso do Maracanã eram 22 processos no TCE parados. Até na casa de Lopes foram apreendidos documentos referentes às obras. Os investigadores recolheram ainda três celulares, um deles com linha dos Estados Unidos. Os aparelhos serviriam para negociações com empreiteiras e políticos.
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Só para lembrar as construções do Maracanã, Arco Metropolitano e PAC das Favelas foram as mesmas que levaram o ex-governador Sérgio Cabral e mais 11 pessoas para cadeia no ano passado por envolvimento em esquema de propina avaliado em R$ 224 milhões. Hoje o grupo é réu na Justiça Federal.
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Para Lopes abrir o ‘bico’ pesaram as acusações contra seu filho, o advogado Jonas Neto (Joninhas) de ter clientela, principalmente de prefeitos, que se beneficiavam com a paralisação de fiscalizações na Corte. A atuação do filho levou Jonas a se indispor até com um conselheiro que foi avisá-lo do fato do esquema ser comentado nos bastidores da Corte e até na Assembleia Legislativa (Alerj). Na foto, pai e filho.
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Neste cenário a temperatura no TCE está bem quente. Nos bastidores conselheiros tratam Lopes como um traidor e garantem que estão indignados com a delação e que aguardam, com ansiedade, o teor para rebater. O tribunal começou a ser exposto a partir da delação de dois ex-executivos da Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Primo e Rogério Nora de Sá.
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Eles contaram que, para garantir a aprovação dos contratos de obras e aditivos no TCE, pagaram propina no valor de 1% do dinheiro repassado à empreiteira. Só no caso da Linha 4 do Metrô a propina chegaria a R$ 66 milhões. Em dezembro, Lopes e o filho foram levados à sede da Polícia Federal à força, ou seja, coercitivamente por ordem judicial. Ninguém sabe onde estão pai e filho.
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