Tudo é festa na Imprensa Oficial com a farra das nomeações políticas de Pezão foto divulgação
No sábado denunciamos que o
governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) nomeou dezenas de apadrinhados de
políticos visando a provação na Alerj da venda da CEDAE. O Diário Oficial do
Estado durante toda a semana ficou recheado de nomeações, mostrando que Pezão
continua fazendo pouco caso com o dinheiro público. Quem acredita que ele
enxugou a máquina pública? O cerco está fechando, e esses mesmos políticos terão pela
frente que decidir o destino de Pezão se quiserem se reeleger ano que vem. Na
edição de hoje, o jornal O Globo confirma a farra das nomeações.
“Pelo menos dez cargos no alto
escalão foram distribuídos para garantir a privatização da Cedae
As tropas do Exército deixam hoje as ruas do Rio. O
ministro da Defesa disse que, como a polícia está trabalhando, não há
necessidade do reforço. A vitória do governo ao aprovar o projeto que autoriza
a privatização da Cedae não foi fruto só de muita argumentação. Cargos no
primeiro escalão do governo foram colocados na mesa em troca de apoio ao texto
do Executivo. Em cerca de 20 dias, pelo menos dez novas nomeações em
secretarias e empresas estaduais chamam atenção pelo aspecto político e, nos
corredores da Assembleia Legislativa, todos comentam que as indicações fizeram
parte da negociação para evitar a derrubada da medida. Em novembro, o governo
saiu derrotado ao tentar aprovar o pacote anticrise.
O PMDB, partido do governador Luiza Fernando Pezão
por exemplo, “neutralizou” dois de seus deputados que vinham causando problemas
na base. Eles ganharam duas importantes secretarias. André Lazzaroni foi para a Cultura
que seria extinta de acordo com o plano de austeridade do governo de novembro
do ano passado. Já Pedro Fernandes, outro crítico das medidas governistas,
herdou uma “superpasta”. Ele assumiu a Secretaria de Assistência Social e
Direitos Humanos, que foi fundida à de Ciência e Tecnologia.
Na semana passada, Fernandes nomeou para a presidência da Comissão da Verdade,
que encerrou seus trabalhos em 2015, um de seus assessores da Alerj Ulisses
Martins Gomes. Ulisses já havia sido indicado para um cargo de assessor na
pasta depois que Fernandes passou a chefiá-la. A secretaria informou, em nota,
que a comissão ainda tem 14 cargos, sendo cinco ocupados por funcionários
responsáveis pelo acervo que será entregue ao Arquivo Público do Estado.
Ulisses e mais duas pessoas vão ser transferidos para outros cargos dentro do
órgão. E seis cargos, hoje vagos, serão extintos.
Os suplentes de Fernandes (Fatinha, do SDD) e de Lazzaroni (Ana Paula Rechuan,
do PMDB) votaram pela privatização da Cedae.
Além dos dois, deputados do PMDB tiveram parentes nomeados às vésperas da
votação. Átila Alexandre Nunes, filho do deputado Átila Nunes (PMDB), ganhou a
Subsecretaria de Direitos Humanos. Nunes, candidato a vereador derrotado em
2016, foi suplente do deputado Ezequiel Teixeira — exonerado da mesma
Secretaria de Direitos Humanos no ano passado por
ter dado entrevista com declarações homofóbicas.
O pai dele disse que inferir que a nomeação faz parte de um acordo é
“ridículo”:
— Ele é a maior autoridade na luta contra a intolerância. Nossa família tem uma
tradição de luta contra o preconceito religioso, a homofobia e o racismo. CARGO
ATÉ PARA ÓRGÃO EXTINTO Outro parente nomeado é Thalita Fernandes Santos, filha
do deputado Coronel Jairo (PMDB). Ela ganhou neste mês a Subsecretaria
Administrativa da extinta Secretaria estadual de Envelhecimento Saudável e
Qualidade de Vida.
Com o PP, o governo também foi generoso. Christino Áureo, que ano passado era
titular da pasta de Agricultura, foi para um dos cargos mais importantes do
governo, a Secretaria de Casa Civil. Foi para a Secretaria de Agricultura e
Pecuária, Jair Bittencourt, que ocupava uma cadeira na Alerj. Bittencourt,
ex-PR, por sua vez, nomeou Neilton Mulin, irmão do deputado Nivaldo Mulim, do
PR, diretor da Federação Instituto da Pesca do Estado do Rio (Fiperj). O PR foi
um dos últimos partidos a aderir ao acordo pela aprovação da Cedae.
Até o PRB de Crivella, que tem feito ressalvas à privatização, ganhou a
presidência das Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa) em troca de apoio.
E deu certo. O DEM recebeu também um afago com a nomeação de Milton Rattes para
a Secretaria de Trabalho e emprego.
— O governo tinha uma margem apertada e conseguiu, distribuindo cargos — disse
Flávio Serafini (PSOL), deputado da oposição”. (O GLOBO – 22/02/2017)
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