sábado, 1 de abril de 2017

Garotinho dispara sua metralhadora giratória em direção a Cabral, Pezão, Picciani, Lula e Temer


O programa Mariana Godoy Entrevista desta sexta-feira, pouco antes do início do Dia da Mentira (1º de abril) recebeu o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, presidente regional do PR. O político, que foi preso pela Polícia Federal em 16 de novembro de 2016, chegou a ser levado para Bangu, mas pagou fiança de R$ 88.000,00 e teve a prisão anulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por seis votos a um. Ele disparou a sua metralhadora giratória em direção aso governador Pezão, ao ex-governador Cabral, ao ex-presidente Lula, ao presidente da  ALERJ Jorge Picciani e ao presidente Michel Temer.

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Ao ser questionado por um carioca se pretende voltar à política e, eventualmente, candidatar-se à presidência, Garotinho ponderou: "Eu vou ser sincero a você. Eu tenho muita dificuldade hoje em casa, a minha esposa não quer, ela quer que eu continue em comunicação, que é minha área". Ele afirmou que para Rosinha Garotinho é hora de cuidar dos filhos, da família, mas ele não deixou a porta fechada para esse retorno: "Eu não vou dizer que não, mas eu gostaria de espera um pouco".
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Segue um resumo da entrevista ao vivo, de Garotinho a Mariana Godoy na noite de ontem na Rede TV.
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Sobre as denúncias envolvendo Cabral: "A partir de 2007, foi mostrado as relações dele com um grupo que levou o estado do Rio a essa situação nunca vivida. Os inativos do estado ainda não receberam o 13º salário do ano passado". Ao ser questionado sobre quando o Rio começou a 'quebrar', ele enfatizou: "Começou a quebrar quando eles começaram a saquear o estado. Tudo era negócio. Era comissão em propaganda, era comissão em obra, era comissão em serviço, tudo foi montado um esquema superfaturado. Para você ter ideia, na obra do Maracanã, o superfaturamento é calculado em R$ 400 milhões. A obra do metrô da linha quatro, os cariocas estão nos assistindo, é R$ 2,4 bilhões o preço acima". Garotinho calculou: "Esse grupo liderado pelo Cabral, mas composto por ele, pelo presidente da Assembleia Legislativa, esse grupo tirou em dez anos dos cofres do estado U$ 3 bilhões. 
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Garotinho também foi preso e ao ser confrontado com Cabral e Adriana Ancelmo se defendeu: "O meu caso é completamente diferente. A acusação que tem contra mim é que eu dei um cheque-cidadão, que é uma espécie de bolsa-família, para pessoas pobres". Sobre as acusações de que teria tentado comprar votos, ele garantiu: "A acusação é tão esdrúxula que primeiro eu não era candidato, segundo, o processo eu estou proibido de falar sobre ele. Sou o único caso do país que não posso falar sobre o meu processo. A coisa é tão escabrosa que não posso falar".
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Anthony Garotinho comentou a prisão dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, citados em delação do ex-presidente Jonas Lopes de Carvalho, indicado pelo ex-governador ao cargo, e afirmou que nada teve a ver com o caso: "Se tivesse tido a oportunidade de estar com o Jonas eu teria entregue a ele mais informações sobre o deputado Picciani. Eu não estou com o Jonas, desde que surgiram essas denúncias ele se afastou".
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O ex-governador contou algumas das informações que teria sobre o deputado Jorge Picciani e dos negócios em parceria com o filho, o ministro do Esporte Leonardo Picciani e lançou dúvida sobre um caso recente, em que uma empresa da família Picciani teria vendido 'meio clone' de uma vaca por um milhão de reais a um fornecedor do estado do Rio de Janeiro: "A coincidência só é que o cara que comprou meio clone dele, e pagou um milhão de reais, tem R$ 230 milhões em contratos com o estado, é só essa a coincidência".
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O político disse ter ouvido que Sérgio Cabral delatará muito juízes, membros do Ministério Público e desembargadores. Garotinho citou uma lista de bens supostamente obtidos por Cabral de forma ilegal e questionou se isso seria possível sem quem ninguém do Poder Judiciário ou do Ministério Público soubesse. "Ninguém sabia nada, só eu que sabia? Eu estou denunciando isso desde 2007", enfatizou. 
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Sobre o momento atual da política brasileira ele criticou: "O Brasil hoje está vivendo um momento muito triste". Garotinho prosseguiu: "É muito triste ver uma empresa como a Petrobras quebrada como está. O Brasil gastar 50% do que arrecada para pagar juros a bancos e não tem dinheiro para a saúde, as pessoas morrendo nos hospitais". 
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Ao ser confrontado com uma informação sobre os recorrentes casos de denúncias de corrupção que pesam sobre os governadores do Rio de Janeiro desde a redemocratização do país, Garotinho observou: "O Brizola foi o que mais teve problema com a Justiça, teve até uma intervenção militar. Ter problemas com a Justiça todos os homens públicos têm". Ele, então, citou seu caso específico para falar que nem toda acusação é sobre corrupção: "Não estou sendo acusado de roubar". 
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"A causa principal da falência do Rio de Janeiro hoje é que houve um governo que se instalou sem projeto, apenas para saquear o estado. É corrupção em todos os setores do estado. Não há um setor da administração Sergio Cabral que não esteja permeado em lama", acusou o ex-governador. 
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Garotinho discordou de um twitteiro, que afirmou que o governo do Rio começou a afundar com a securitização dos royalties do petróleo, supostamente ocorrida durante seu governo: "Pelo contrário, foi no meu governo que criei um fundo de previdência com títulos lastreados em royalties do petróleo, que garantia o pagamento de aposentados e pensionistas até o ano de 2029, aí o que aconteceu, o Sérgio Cabral começou a pegar aqueles títulos futuros e vender a valor presente, com um deságio que às vezes chegava a 70%, aí quebrou o estado".
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As críticas de Garotinho ao pagamento de juros de dívidas pelo governo motivou a pergunta de um internauta, que questionou se ele propunha um calote nestes casos, mas o político refutou tal hipótese: "Não, é alongar o perfil da dívida e diminuir os juros". 
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Ao ser questionado se Adriana Ancelmo, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral terão dinheiro para gastar quando saírem da cadeia, Garotinho disse não ter condições de responder: "Depende de como a Justiça agir". Ele alertou: "Voltou só uma parte do dinheiro". 
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Anthony Garotinho foi direto ao avaliar o governo do presidente Michel Temer: "Um desastre. Eu pergunto, se o Temer fosse candidato a presidente da República e dissesse 'meus amigos, minhas amigas, eu quero seu voto para botar você 49 anos contribuindo para a Previdência e só depois de 49 anos pagando a Previdência e 65 anos você vai se aposentar'. Ele iria ter votos? Ou então, se ele dissesse 'olha, eu vou instituir o salário hora no Brasil, não vai ter mais salário mínimo, você vai ganhar por hora e ganhando por hora eu vou mudar a Legislação, vai prevalecer o negociado sobre o legislado, não vai valer mais a Lei, acaba a CLT, então não vai ter 13º, não vai ter Fundo de Garantia' ele iria ter voto? Você não acha que uma mudança tão profunda assim deveria ser feita por alguém legitimado pelo povo?"
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Anthony Garotinho criticou outros pontos sensíveis do governo Temer: "Você acha que é necessário acabar com o salário mínimo? Eu não acho. Você vai mexer na Previdência para quê? A Previdência não dá prejuízo. Quem diz que a Previdência dá prejuízo não conhece a Constituição". Garotinho explicou como o governo "mascararia" as contas da Previdência Social. Ele ainda citou a Desvinculação de Receitas da União (DRU): "Por que o governo quer fazer a Reforma da Previdência? Porque lá atrás, ainda no governo Fernando Henrique, criou-se a DRU, que dá à União o direito de usar o dinheiro da Previdência naquilo que ela quiser. Nos últimos anos o dinheiro da Previdência foi usado para que? Para pagar juros a bancos. Será que só banqueiro vai continuar ganhando dinheiro no Brasil. Você vê os homens mais ricos do Brasil tirando aquela família da comunicação, o resto tudo é banco". 
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Garotinho criticou o ex-presidente Lula: "Eu tinha muita esperança quando Lula veio e o que ele fez, ele instituiu a bolsa-família para o pobre, mas não acabou com a bolsa-banqueiro, esse juro vergonhoso que é pago. Isso não tem cabimento. Isso vai levar o Brasil ao fundo do poço, à miséria".
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Um internauta afirmou que Garotinho teria dito ao presidente Temer, antes do impeachment, a seguinte frase: "Primeiro vai cair a Dilma, depois vai cair o Eduardo Cunha e depois vai cair o senhor". O ex governador do Rio de Janeiro confirmou, mas fez uma ressalva: "Eu diria a você o seguinte, se fosse tudo certinho ele ia cair. O que eu acho que vai acontecer, a crise está tão dramática no Brasil que o voto do relator vai ser para cassar [a chapa Dilma-Temer]. O ministro Herman Benjamin vai pedir a cassação da chapa, mas o que eu ouvi dizer é que vai haver um pedido de vista e que esse pedido de vista vai até o fim do governo". 
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Para o ex-governador do Rio de Janeiro falta ao Brasil um "projeto de nação". "Nós, enquanto povo, sabemos onde nós queremos chegar?" Ele ainda analisou nomes que despontam para as eleições de 2018, como João Doria e Jair Bolsonaro. Ao falar do último, Garotinho lembrou dos anos terríveis que vitimaram muitos brasileiros na Ditadura Militar.
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Ao responder a pergunta de um internauta, Anthony Garotinho garantiu que o estado do Rio de Janeiro ainda é viável: "Outro dia listei 20 medidas que o governador deveria tomar para tirar o Rio da crise. Não dá pra falar todas aqui, mas pelo menos duas. Fundamental, afastar esse grupo do PMDB que isso é uma praga que caiu sobre o estado. Segundo lugar, fundamental, acabar com essa história de incentivo fiscal para quem não precisa.
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Para encerrar sua participação no programa, o ex-governador disse que a crise do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro deve chegar ao Judiciário: "Não tem como não chegar. É impossível não chegar. Como isso tudo aconteceu? Será que só eu que estava vendo? Eu e uma meia dúzia de pessoas? Ninguém estava vendo? Vamos fazer aqui uma mea-culpa, de todo mundo. A mídia do Rio também não viu nada"

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