Tumulto e demagogia na Câmara de Vereadores de Maricá: novo salário do prefeito será de R$ 25 mil

Plateia ficou indignada com os vereadores que votaram a favor do aumento salarial    foto Paulo Celestino

Com os 11 vereadores presentes foram aprovados ontem os novos salários do prefeito, vice, secretários municipais, procurador geral e controlador geral do município de Maricá, cidade litorânea distante apenas 60 km da capital do Rio de Janeiro. O reajuste é em torno de 32% e o líder do governo surpreendeu a todos ao puxar um “as” da manga fazendo com que o projeto  de lei fosse colocado em pauta. Houve tumulto com a plateia gritando que era uma vergonha pensar em aumento salarial enquanto o povo sofre com a crise que o país atravessa.

Conforme o blog informou ontem com exclusividade, o presidente da Câmara, Chiquinho (PP) não tinha incluído na pauta da Ordem do Dia a votação do projeto de lei encaminhado pelo prefeito Washington Quaquá (PT). Porém, o líder do governo Robson Dutra (PTN) argumentou que se a Câmara não votasse, o aumento seria imediato e o pior, com 40% seguindo o reajuste concedido pelo prefeito aos servidores públicos.

“Está no Regimento, se não votarmos agora, o reajuste será o mesmo que Quaquá deu aos funcionários públicos de Maricá neste ano. Prefeito, vice, secretários municipais, procurador geral e corregedor geral também são servidores municipais”, afirmou Robson com a plateia gritando “vergonha”, etc .

Diante deste argumento, que surpreendeu  até o vereador não reeleito Adelso Pereira (SD), que diz conhecer todo o Regimento Interno da Câmara, o presidente Chiquinho não teve outra alternativa. Colocou em votação e para o próximo quadriênio 2017-2020, com nove votos a favor e um contra (o do vereador Felipe Auni, do PSD), o prefeito passa a ganhar R$ 25.727,27 e os demais, R$ 17.151,52. O presidente da Câmara só votaria se houvesse empate.

A incoerência é que os vereadores argumentaram que os salários do alto escalão do Executivo de Maricá estavam defasados quatro anos, mesmo período que o deles, que por decisão unânime, numa atitude demagoga, continuarão ganhando R$ 10 mil, sem um centavo de aumento.

Os vereadores que congelaram seus salários, mas que atenderam o prefeito Quaquá (que esteve em Cuba para os funerais do ditador Fidel Castro) foram: Hélter Ferreira (PT), Adelso Pereira (SD e não reeleito), Frank Costa (SD),  Aldair de Linda (PT e apontado como futuro presidente da Câmara), Tatai (PTB), Bubute (PV), Bidi (PR e não reeleito), Robson Dutra (PTN, também nome forte para suceder Chiquinho) e Felipe Bittencourt (PMDB).

Na plateia estava o  jovem vereador eleito Felipe Paiva, que pela primeira vez leva o PCdoB a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Maricá, que a partir do ano que vem terá 17 e não mais 11 parlamentares. Desse time, 11 estarão apoiando o prefeito eleito Fabiano Horta (PT) e 6, formarão um bloco partidário de oposição.