Entrevista de Garotinho a Cabrini teve muito suspense para tirar o sono, mas sem novidades foto divulgação/SBT
O ex-governador Anthony Garotinho concedeu sua
primeira entrevista após ser preso pela
Polícia Federal, acusado de ter comprado votos nas eleições municipais de
outubro, utilizando o programa social Cheque Cidadão da Prefeitura de Campos
onde sua mulher, a ex-governadora Rosinha é prefeita. Foi no início da
madrugada de hoje no programa Conexão Repórter do jornalista Roberto Cabrini,
no SBT. Uma tão esperada “bomba” que iria sacudir os meios políticos e
empresariais não explodiu, mas Rosinha teme pela vida do marido. Nada de novo e
muito menos impactante foi apresentado numa entrevista de uma hora, com ritmo
de suspense, característica do jornalista para evitar que o telespectador
durma. A gravação do programa foi no apartamento de Garotinho, na zona sul do
Rio, onde cumpre prisão domiciliar.
Como era de se esperar, Garotinho usou suas
velhas táticas, a de vitimizar e atacar. Ele falou que sofre perseguição do
judiciário e que tem provas de corrupção envolvendo diversas autoridades do Rio
de Janeiro, inclusive do poder judiciário. Garotinho pretende entregar nos
próximos dias, ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um dossiê
contendo dois volumes com denúncias e provas documentais que vem publicando no
seu blog, como a Operação Panamá.
“São denúncias com provas de 95 crimes de
corrupção envolvendo obras da Delta, para
o governo do Estado do Rio durante o governo de Sergio Cabral, além de outros
escândalos”, afirmou o entrevistado que mostrava grandes hematomas no braço esquerdo e na coxa
direita, provocados, segundo ele, pelos policiais federais quando da sua
transferência do Hospital Municipal Souza Aguiar para a UPA do Complexo
Penitenciário de Bangu, na zona oeste carioca.
Garotinho disse a Cabrini que não tem
envolvimento com esquema de compra de votos e que não roubou milhões, não tem
casa em Mangaratiba e que também não possui lancha de R4 5 milhões.
Roberto Cabrini aproveitando a fala de
Garotinho de que sofre perseguição, perguntou se ele não achava que é gente
demais envolvida nisso, lembrando que a briga dele com a justiça é antiga,
citando fatos como a condenação sofrida por Garotinho em 2010, por formação de
quadrilha junto com Álvaro Lins. O jornalista também citou o fato de Garotinho
ainda responder a três inquéritos no STF por peculato, lavagem de dinheiro,
ameaça e crime eleitoral, além de ações por improbidade administrativa.
A ex-governadora e atual prefeita de Campos,
Rosinha Garotinho, teve pequena participação na entrevista. Ela teme pela vida
de Garotinho, por ser um homem-bomba que pode explodir a qualquer momento.
Rosinha disse ainda que o juiz Glaucenir Silva de Oliveira teria uma amizade
com um coordenador de campanha de um de seus adversários nas últimas eleições.
Resumindo, a entrevista não apresentou nada
de novo, não serviu para melhorar a imagem de Garotinho. Foi um verdadeiro tiro
no pé!
ggbcomunicação (ggbcomunicacao@gmail.com)
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