sábado, 5 de novembro de 2016

Pacote de Pezão alivia empresários, não cria novas fontes de receita e não fecha o ralo da corrupção

Pezão não precisa de aluguel social, restaurante popular ou bilhete único

Na edição de hoje o jornal carioca Extra mostra que o pacote anunciado ontem pelo governador Luiz Fernando Pezão para tirar o Estado do Rio da crise econômica, com o título “Vão-se os dedos, fica o anel”,  não traz medidas para criar novas fontes de receita ou fechar o ralo da corrupção. Muito menos cobrar as dívidas dos grandes devedores. Em um estado em que um empreiteiro deu ao então governador Sergio Cabral um anel de R$ 800 mil para que ele desse de presente a mulher que aniversariava, não há uma medida que amplie em transparência contratos de obras, impedindo a promiscuidade entre agentes públicos e fornecedores do estado.

Para reparar a desastrosa administração dele e de seu parceiro Sergio Cabral, Pezão anunciou uma série de medidas punindo o povo e os servidores públicos estaduais,  como se fossem os culpados do buraco financeiro que o Estado se encontra. Pezão quer acabar com vários programas sociais e reduzir salários de servidores. Em momento algum falou sobre seus auxiliares diretos oriundos da Petrobrás, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e outros órgãos da administração federal que tem salários altíssimos que são pagos pelo Estado.

Sergio Cabral está no canto dele (na mansão de Mangaratiba, em Paris ou no Leblon) e nada fala. Não precisa de aluguel social e muito menos do Bilhete Único e do Restaurante Popular. Pezão também está na zona do conforto e continua bonzinho com os empresários. Vai morar agora no Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador, porque no prédio onde mora no Leblon não tem elevador e ele não pode se esforçar.

Só ontem é que o governador regulou a lei que obriga os empresários a devolverem 10% do valor que deixaram de recolher aos cofres públicos. A lei foi sancionada em agosto e o governo abriu mão de 2 meses de arrecadação e só a partir de 1º de dezembro receberá a grana. Cerca de R$ 125 milhões poderiam estar nos cofres públicos.

O estado deixou de arrecadar cerca de R$ 150 bilhões com os incentivos fiscais para as empresas nos últimos 10 anos e com esse dinheiro poderia pagar pelo menos cinco anos de funcionalismo. Agora não sabe como pagará os salários de novembro e muito menos o 13º dos servidores.

Em nenhum momento Pezão procurou os chefões da Assembleia Legislativa, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas do Estado para que esses órgãos também reduzissem despesas e não somente o Executivo. Se  procurou para uma conversa, deve ter recebido um sonoro não porque os funcionários dessas entidades não serão afetados pelo pacote.

No post de ontem, sobre o pacote anunciado pelo Pezão, troquei as bolas sobre o comando das secretarias que não foram extintas ou incorporadas a outras. O governador não mexeu em nada na secretaria de Esporte, Lazer e Juventude que na verdade é comandada pelo filho de Sergio Cabral e não como noticiei. A secretaria de Turismo também continua intacta. Ela é comandada por um profissional de inteira confiança do vice-governador Francisco Dornelles. São imexíveis.

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