Pezão não precisa de aluguel social, restaurante popular ou bilhete único
Na edição de hoje o jornal carioca Extra mostra que o pacote anunciado
ontem pelo governador Luiz Fernando Pezão para tirar o Estado do Rio da crise
econômica, com o título “Vão-se os dedos, fica o anel”, não traz medidas para criar novas fontes de
receita ou fechar o ralo da corrupção. Muito menos cobrar as dívidas dos
grandes devedores. Em um estado em que um empreiteiro deu ao então governador
Sergio Cabral um anel de R$ 800 mil para que ele desse de presente a mulher que
aniversariava, não há uma medida que amplie em transparência contratos de
obras, impedindo a promiscuidade entre agentes públicos e fornecedores do
estado.
Para reparar a desastrosa administração dele e de seu parceiro Sergio
Cabral, Pezão anunciou uma série de medidas punindo o povo e os servidores públicos
estaduais, como se fossem os culpados do
buraco financeiro que o Estado se encontra. Pezão quer acabar com vários
programas sociais e reduzir salários de servidores. Em momento algum falou
sobre seus auxiliares diretos oriundos da Petrobrás, Caixa Econômica Federal,
Banco do Brasil e outros órgãos da administração federal que tem salários
altíssimos que são pagos pelo Estado.
Sergio Cabral está no canto dele (na mansão de Mangaratiba, em Paris ou
no Leblon) e nada fala. Não precisa de aluguel social e muito menos do Bilhete
Único e do Restaurante Popular. Pezão também está na zona do conforto e
continua bonzinho com os empresários. Vai morar agora no Palácio das
Laranjeiras, residência oficial do governador, porque no prédio onde mora no Leblon
não tem elevador e ele não pode se esforçar.
Só ontem é que o governador regulou a lei que obriga os empresários a
devolverem 10% do valor que deixaram de recolher aos cofres públicos. A lei foi
sancionada em agosto e o governo abriu mão de 2 meses de arrecadação e só a
partir de 1º de dezembro receberá a grana. Cerca de R$ 125 milhões poderiam
estar nos cofres públicos.
O estado deixou de arrecadar cerca de R$ 150 bilhões com os incentivos
fiscais para as empresas nos últimos 10 anos e com esse dinheiro poderia pagar
pelo menos cinco anos de funcionalismo. Agora não sabe como pagará os salários
de novembro e muito menos o 13º dos servidores.
Em nenhum momento Pezão procurou os chefões da Assembleia Legislativa, do
Ministério Público, do Tribunal de Justiça, da Defensoria Pública e do Tribunal
de Contas do Estado para que esses órgãos também reduzissem despesas e não
somente o Executivo. Se procurou para
uma conversa, deve ter recebido um sonoro não porque os funcionários dessas
entidades não serão afetados pelo pacote.
No post de ontem, sobre o pacote anunciado pelo Pezão, troquei as bolas
sobre o comando das secretarias que não foram extintas ou incorporadas a
outras. O governador não mexeu em nada na secretaria de Esporte, Lazer e
Juventude que na verdade é comandada pelo filho de Sergio Cabral e não como
noticiei. A secretaria de Turismo também continua intacta. Ela é comandada por
um profissional de inteira confiança do vice-governador Francisco Dornelles.
São imexíveis.
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