“É a tecnologia caipira”. Foi assim que o economista especializado em
planejamento de transportes Marcos Poggi classificou a decisão do Departamento
de Estradas de Rodagem (DER) de instalar quebra-molas e limitar a velocidade em
30 quilômetros por acesso aos municípios da Região dos Lagos, principalmente a
Cabo Frio e a Arraial do Cabo. Os quebra-molas já estão provocando
engarrafamentos e acidentes e a previsão é de que os problemas se agravem na
alta temporada que começa em dezembro.
Os quebra-molas foram colocados na
rodovia depois que moradores de um bairro de São Pedro da Aldeia fizeram um
protesto, ateando fogo em pneus e bloqueando o tráfego na estrada, depois que
uma família foi atropelada, com a morte de um menino. Pressionado por
moradores, o prefeito de São Pedro da Aldeia, Cláudio Chumbinho (PMDB) pediu a
instalação de quebra-molas ao DER. Depois, comemorou a “obra” nas redes
sociais.
-- Eu tenho horror a quebra-molas.
Costumo classificar tal recurso como o pior tipo de redutor de velocidade que
existe. Sabemos que o Estado do Rio está falido. Mas será que não existe
dinheiro nem para se instalar um pardal (lombada eletrônica) no local se a
incidência de acidentes justificarem o recurso? – indagou o especialista.
O DER informou
que instalou o quebra-molas em caráter experimental porque não possui recursos
para instalar uma passarela. Informou ainda que assim que existirem recursos os
quebra-molas serão retirados e instalada uma lombada eletrônica no local.
Radamés e agentes de turismo da Região dos Lagos |
Vice-presidente da Federação de Convention
& Visitors Bureau (CC&VB) do
Estado do Rio, Radamés Muniz disse que o DER abriu um precedente que vai
prejudicar o turismo:
-- Vamos conversar com o trade turístico da Região dos Lagos. Há
pouco, através do Cidade Viva, discutimos os problemas da alta temporada e a
transição de governo em Cabo Frio. Mas este problema ainda não existia. Não é
certo se colocar quebra-molas em rodovias, principalmente naquelas que dão
acesso a cidades cuja economia é baseada no turismo. O correto é a instalação
de passarelas e mais sinalização – disse Muniz.
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