Por Gilson Monteiro - Rodrigo Neves está citado na Operação Lava-Jato
e, como prefeito, tem contrato com empresa de empreiteiro preso pelo juiz
Sérgio Moro. O fato foi reconhecido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ),
ao cassar na quarta-feira (26/10) uma liminar da 199ª Zona Eleitoral que
proibia o adversário Felipe Peixoto de divulgar essa informação em sua campanha
à prefeitura de Niterói.
O acórdão do TRE-RJ ressalta que a
“censura prévia (é) inadmissível” e lembra que “liberdade de informação,
opinião e de expressão (estão) asseguradas constitucionalmente”. A liminar
obtida pelo prefeito ex-petista Rodrigo Neves, foi cassada pelo tribunal, tendo
este reconhecido que os fatos contestados pelo candidato à reeleição foram
“amplamente divulgados pela imprensa escrita e (pela) internet”. Os
desembargadores não reconheceram “caracterização de qualquer ato ilícito
eleitoral” que tivesse sido praticado pela campanha de Felipe Peixoto.
Com a cassação da liminar, um locutor
passou a anunciar pelos carros de som de Felipe que “acabou a censura em
Niterói. Rodrigo Neves está citado na Operação Lava Jato que investiga
empresários e políticos corruptos. O TRE deu a vitória a Felipe Peixoto e a
Coligação Cidade Limpa está legalmente autorizada a continuar alertando a
população de Niterói. Rodrigo Neves está citado na Operação Lava Jato e tem
contrato com empresa de empreiteiro preso na Lava Jato”.
Na terça-feira, guardas municipais a
mando de um ex-secretário municipal de Rodrigo Neves apreenderam exemplares do
jornal Expressão Oceânica, que estava sendo distribuído pelo jornalista Ernesto
Guadalupe em Icaraí, alegando crime eleitoral.
O jornal reproduzia informações sobre
a ligação do prefeito candidato à reeleição com o empresário Ricardo Pessoa,
preso pela Operação Lava Jato. Este é dono da Constram, uma das empresas
que formam o consórcio que constrói a TransOceânica e o túnel Charitas-Cafubá.
O contrato de R$ 310 milhões foi assinado por Rodrigo em outubro de 2014, com a
presença do empresário preso dias depois, e da então ministra do Planejamento,
Miriam Belchior (foto).
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